domingo, 30 de janeiro de 2011

SÚPLICA

... É !!!

Acontecimentos naturais que nos deixam perplexos: devastaçao ... mortes ... caos ... enchentes ... tremores ... e pensar que tudo o que está acomentendo à Terra é proveniente do humano e nao do natural ...

Responsabilizamos e caluniamos a fúria ... a ira ... a inconstância da Mae Natureza e deixamos de nos enquadrar como meliantes inconsequentes, sugadores e imediatistas ...

O processo é longo, meus caros ... só que um dia a doença, a feiúra, a pressao, a dor eclodem ... está sendo um processo contínuo de somatizaçao da natureza referente aos nossos atos mundanos ... que danos !!!

Agora, com o crescer de sua ferida interna, a Terra, expurga de si os maus cuidadores ... NÓS ...

Tenhamos um olhar vigilante, de zelo e amor para quem tudo nos dá ...

- Deus, ilumine as almas que agora nao têm mais carne ...
abençoe e perdoe as almas que pisam o solo azul e divino !!!

AMÉM !!!



(aos vitimizados da regiao serrana do Rio de Janeiro ...
mortos e vivos ...
aos políticos e cidadaos ...
A nós, ingratos)

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009



... Meu Jardim vital ...


Em meio aos meus pensamentos que me angustiam ultimamente, sinto um pesar localizado, bem aqui, no pulsar do meu coraçao.
Levanto uma questao incômoda, da minha maneira muda de falar. Questao que envolve os Meus ... aqueles que convivo nao só por uma constituiçao genealógica ... é algo maior do que as combinaçoes genéticas ... mais fluídas do que o rubor do sangue ... mais nutridora do que o cordao umbilical ... somos uma FAMÍLIA ... do agora, do ontem e de eras ... somos unidos pelo amor e pelo sagrado ...
Esse envolvimento que permeia minha ligaçao peculiar com cada um deles, me diz o quanto me sinto responsável pelo sentimento que aflora quando cheiro cada flor do meu jardim vital ... tem dias que ele se encontra colorido e harmonicamente dançante, embalado pelo vento fresco e pelo clima agradável ...
Há dias em que uma ou algumas, se destacam, se embelezam mais que as outras ... e, para o meu olhar de cuidadora isso me preocupa e me faz refletir "aonde foi o meu erro .?. por quê nem todas estao a sorrir .?." Desconsidero, por vezes, que para a sua beleza e seu desenvolvimento natural, as flores da minha vida nao dependem só de mim ... que cada uma tem a sua particularidade ... seu tempo para desabrochar ... sua forma de saborear a seiva ... de abraçar a chuva ... de tomar o sol ... de esconder das pragas ...
Me satisfaço quando todas estao bem e me sucumbo no meu silêncio ensurdecedor como uma maneira de lidar com aquela pétala que cai ...
Dia desses, aliás, muitos dias corridos atrás, me deparei com algo que para mim seria inimaginável ... meu Girassol morreu ... ele, que tinha o caule mais firme de todas as outras flores ... que era conhecido pelo seu jeito tímido e iluminado de ser ... que dava o alicerce as outras e fortalecia com o seu olhar a ordem imposta naquele cenário ...
Me vem à mente dos dias felizes em que tomávamos banho de chuva ... ele nem tanto, pois preferia o sol, mas que tinha a sua participaçao efetiva nas tardes lúdicas e cheias de alegria ... apesar da sua morte, sua presença é certeira em mim ... sua falta se faz, em inúmeros momentos, o que nao faz apagar o seu brilho, a cada novo piscar dos olhos ... Me corrói saber que alguns de seus ensinamentos nao estao sendo perpetuados ... mas, aprendo, a cada novo dia, que o vento e as flores se completam diferentemente ... aquele sopra em intensidade variada do que as outras bailam ou nao pelo ar ...
Sei que hoje, o meu olhar de cuidadora se diferencia com o de ontem ... pois, nao posso e nao consigo ser detentora das cores e das formas das flores ... sendo assim, o meu pesar vai se esvaindo ... me sinto mais dona de mim e sem tanto medo de errar ... sou também uma delas ... uma flor ... uma tulipa ... faço parte do mesmo meio e devo contribuir à minha maneira ... sem esperar de uma ou de outra ... saber distribuir o meu pólem para me comunicar melhor ... sem medo de sujar ... sem medo de transbordar ... sem medo de me curvar ou me sobressair ... que essa minha resistência em desabrochar seja minimizada constantemente ... que eu reconheça minhas formas ... minhas cores ... meu tamanho ... minha funçao ... minhas particularidades ... para me sentir mais integrante no meu jardim, que é belo ... que é divino ...
Agradeço a Deus por tê-lo e sentir cada vez mais esse AMOR ... que eu saiba transpor essa amorosidade em mim ... que o meu perfume se expanda e preencha e envolva as flores mais próximas a mim ... mais próximas a elas ... mais próxima ao jardim vizinho ... e, assim seguindo sucessivamente ... ao léu ... ao dispor do vento ... que seja uma onda de amor verdadeiro e genuíno ... que influencie e guie a minha vida ...
que eu saiba falar dele e do seu poder em mim ... AméM !!!!
(Aos meus queridos ... Minha Família ... Minha raíz ...
Meu sangue ... Minhas flores ...
Principalmente ao meu Pai e a falta gritante que se faz em mim !!!)

quinta-feira, 30 de abril de 2009

... Falar palavrao é terapêutico, PORRA ...




PALAVRAO: Palavra obscena ou grosseira; palavrada, pachouchada (vide dicionário Aurélio) ...


Caralho ... hoje a minha tolerância está quase no limiar do nada ... dia estranho ... pessoas chatas ... sem um puto no bolso ... nao passa uma música que presta nessa bosta de rádio ... sem paciência pra ler um livro ou sair pra assistir um filme no cinema ... aliás, quanto tempo nao vou ao cinema e assisto um filme que valha a pena ser discutido ... AFF ...


Falar palavrao faz parte das minhas palavras ditas cotidianamente ... claro que há dias em que a incidência é quase nula ... mas há aqueles que o bom palavrao requer um destaque na minha fala ...


Um dos cenários perfeitos para a proliferaçao dessa magia grotesca é o trânsito ... eu fico emputecida quando me deparo com os meus amigos condudores que sao mais escrotos do que qualquer outro tipo de definiçao mais apropriada ... sambam na minha frente e nem ao menos abrem alas para eu passar ... ordinários de marca maior ... e quando têm a cara de pau de entrar sem pedir licença, sem sinalizar ... nesse instante mostrar o dedo ainda é pouco, o gestual vem intrinsecamente com uma fonética bem rasgada ...


Mas, na mais pura real, quando a ira me consome, e para que meu comportamento automático nao seja interpretado como leviano e até mesmo criminoso, encher a boca com letras a serem tranformadas em palavras chulas, é extremamente aliviador ... xingar aquele filho do sata do juiz que marcou uma falta inexistente, quase dentro da pequena área e, ainda o iluminado do inferno do jogador adversário chuta e faz aquele gol perfeito, com efeito, no último minuto do jogo decidindo a partida e dá aquela olhadinha pro desgraçado do juiz e ambos riem juntos ... Ah nao ... como nao proferir hinos de injúria, ainda mais quando lesam o meu TIMAO ?!?


Para nao deixar esse texto com um alto teor de grosseria, mesmo porque sou uma mulher fina, literalmente fina, cientificamente, a arte de pronunciar um palavrao se origina na parte mais precária e suja do nosso cérebro, nos poroes donde residem nassas baratas e vermes dessa massinha cerebral cinzenta e estonteante ... lá onde o nosso lado primitivo reside e se faz vivo através de atos nem tao gentis e delicados ... pelo contrário, nosso lado animalesco, burro e inegavelmente sincero se aloja no sistema límbico ... e de lá se revela uma verdade escrachada, esculachada, direta e sem floreios ...


E você pode estar se perguntando:


- Cadê a terapêutica do xingar ???


Está justamente na sua eficácia de transformar um estímulo aversivo em uma maneira, mesmo que tosca e sem lirismo, de expressar seu real sentimento de emputecimento em uma palavra ... xingar é ser espontâneo ... xingar tem um quê de saúde, de extravasamento ... entao, eu, mesmo sendo um poço de candura e de gentileza (lê-se com uma certa modéstia acentuada) também falo palavras ordinárias ... que elas continuem fazendo parte do meu repertório gramatical ... assim me torno mais animalesca ... mais primitiva ... mais próxima do meu lado que nao tem porque ser encoberto ... "meu lado negro da força" ...


Xingue e dê vexame ... Seja obsceno (a) ... Se entregue a esse ato tao sublime da expressao humana ... Dê momentos sujos à sua boca, mesmo porque, "se sujar faz bem" ... Nao negue a descendência bárbara ... e mesmo assim, nunca perca a doçura no trato, pois ser doce, leve e gentil, sao para pessoas raras ... que a tosquice nos acompanhe mas que a gentileza prevaleça ...

sexta-feira, 3 de abril de 2009

... Máscaras ...


Tenho uma certa simpatia por elas ...


Geralmente as uso em momentos lúdicos para me entregar a espontaneidade do instante ... ou em momentos de devaneios envoltos de desejo, em que ser um outro alguém, favorece meu desempenho perante a tarefa prazerosa ...


Mas há também aqueles momentos em que eu as uso para me desfigurar, para me esconder desse mundo um tanto dolorido, para eu fingir que nao escuto, que nao vejo, que nao falo, que nao sinto e me acomodar na mesmice da minha falta do que fazer ...


Sei que as uso como uma película protetora, tanto para o bem, quanto para o mal ... para um certo disfarce que soa pertinente para mim ... se me encontro em um cenário feliz e me acho desconexa, transpiro uma certa calmaria e felicidade aparente em uma mente que está em turbilhao ... nao acho sensato contaminar o ar que está respirável aos demais com minhas preocupaçoes ou desencantos ...


Penso que a transparência de uma pessoa para ser visível requer sensibilidade ... já me deparei com ser que me despertou uma coerência genuína sem ao menos proferir uma palavra sequer ... também, com ser que verbaliza e se justifica tanto que acaba se perdendo no seu texto pronto e se esquecendo de sua própria essência ...


Uso algumas, como pretexto, para melhorar a imagem, para potencializar um encontro, para passar despercebida ou para que os holofotes venham em minha direçao ... mas nao pretendo com isso camuflar meu eu, que elas nao se tornem couraças difíceis de se desfazerem ... quero com elas poder amenizar a dureza dos dias e das inquisiçoes postuladas por nós mesmos ...


Sou mais uma personagem nesse teatro da vida e, dentro da minha personagem principal, existem inúmeras outras coadjuvantes ... papéis que desempenho e, que pretendo desempenhar bem ... despertar a alegria, a dor, o choro, a ira, a calmaria, a ironia ... provocar aplausos e gritos ... Afetar ...


Sei que além das máscaras a minha alma deve transcender ... e é dessa sensibilidade, de enxergar a alma, a cor da alma, que falo ...


Que eu possa tomar banho na chuva e perceber, ao tocar no meu rosto, que ele nao esteja borrado ... apenas, molhado pelas gotículas d'agua ...

quarta-feira, 1 de abril de 2009

... Se eu exponho minha nudez como pessoa, nao me faça sentir vergonha ...


A partir deste instante, nao sinto mais vergonha de me expor ... meu rubor facial se faz presente agora ... até ontem, tentaria tapá-lo ou disfarçá-lo com uma de minhas maos ... mas, nao tenho mais essa necessidade ... é uma sensaçao ainda confusa, ambigua, de temor e de conforto ...


Quero me sentir ... me tocar ... me mostrar ... me satisfazer ... me engolir ... me vomitar ... me embebedar de mim mesma ... me saciar ... me enlouquecer ... me xingar ... me descabelar ... me doer ... me bater (levemente) ... me beijar ... me chamar pra dançar ... quero o sal das minhas lágrimas ... quero me medir ... me pesar ... me tripudiar ... me esculachar ... me machucar ... me arrepender ... me julgar ... me fazer ... me gozar ... me transformar ... me apaixonar ... me amar ... quero me gritar ... me achar ... me perder ... me florescer ... quero ser ...


Esse canto que transformo agora em uma vitrine pode parecer bem explícito ou parcialmente nebuloso ... na verdade, o que me importa, é transpor meu sentimento, meu íntimo, meu sagrado ... de externar o que me faz cócegas, o que me aperta, o que me dói, o que me colore, o que me confunde ... que as minhas letras se façam palavras com textura, tom, forma, cheiro ... sinta-me ...


Nao quero me fartar de escrever ... quero que você seja imensamente bem vindo (a) ... só deixo aqui uma ressalva: SE EU EXPONHO MINHA NUDEZ COMO PESSOA, NAO ME FAÇA SENTIR VERGONHA ... e agora começa um "Cadiquim de mim" ...